Feliz aniversário, bebé.
Nasceste numa era de máquinas inteligentes. Elas cuidam de ti quase desde a tua conceção. Permitiram aos teus pais escutarem o teu minúsculo batimento cardíaco, acompanharem a tua gestação numa aplicação e publicarem a tua ecografia nas redes sociais. Muito antes de nasceres, já eras conhecido pelo algoritmo.
A tua chegada coincidiu com o 125.º aniversário desta revista. Com um pouco de sorte e os genes certos, talvez vejas os próximos 125 anos. Como é que tu e a próxima geração de máquinas irão crescer juntos? Perguntámos a mais de uma dúzia de especialistas para imaginarem o vosso futuro comum. Explicámos que seria uma experiência de pensamento. O que quero dizer é: pedimos-lhes para deixarem a criatividade fluir.
Quase todos concordaram em como enquadrar o passado: a computação encolheu de grandes mainframes industriais partilhados para dispositivos pessoais de secretária, até ao ponto de se tornar tão pequena que está presente no ambiente. Antes, a computação era controlada à distância através de cartões perfurados, teclados ou ratos; depois tornou-se vestível, movendo-se para — e muito recentemente, para dentro do — corpo. No nosso tempo, implantes oculares ou cerebrais são usados apenas para auxílio médico; no teu tempo, quem sabe? Todos pensam que, no futuro, os computadores serão ainda mais pequenos e abundantes. Mas a maior mudança na tua vida será o surgimento de agentes inteligentes. A computação será mais responsiva, mais íntima, menos confinada a uma plataforma específica. Será menos uma ferramenta e mais um companheiro. Aprenderá contigo e será também o teu guia.
O que querem dizer, bebé, é que será o teu amigo.
Do presente até 2034
Idade 0 a 10
Quando nasceste, a tua família rodeou-te de coisas “inteligentes”: cadeiras de baloiço, monitores, candeeiros que tocam canções de embalar.
Mas nenhum especialista mencionou esses objetos como a tua primeira exposição à tecnologia. Em vez disso, falaram do telemóvel ou do relógio inteligente dos teus pais. E por que não? Enquanto te seguram, esse objeto delicioso e piscante está mesmo ali. Os bebés aprendem por tentativa e erro, tocando em objetos para ver o que acontece. Tocam nele; ele ilumina-se ou faz barulho. Fascinante!
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