O impacto do Minuto MIT Technology Review no panorama tecnológico em Portugal
Inovação

O impacto do Minuto MIT Technology Review no panorama tecnológico em Portugal

Com especialistas de renome, o Minuto MIT Technology Review explorou tendências como IA, Big Data, modelos digitais e sustentabilidade, e mostra como a tecnologia está a moldar o futuro e a impulsionar/dinamizar a inovação em Portugal.

É facto que a era digital avança a passos largos na sociedade. Neste contexto, Portugal não é exceção: tornando-se num dos hubs de tecnologia e inovação, o país tem redefinido setores essenciais da economia.

Numa parceria com a KPMG Portugal, a MIT Technology Review e a CNN Portugal, o Minuto MIT Technology Review consolidou-se como uma vitrine eficiente e fundamentada em inovação.

O programa segue no ar e traz os temas mais atuais, e os prognósticos mais atualizados sobre tecnologia. No início do ano, os episódios contaram com especialistas do calibre do Pedro Pinto Lourenço (Microsoft), Rui Pedro Saraiva (CTT-PT), Pedro Dias (KPMG), Luis Barreto Xavier (Abreu Advogados), António Martins (Startup Portugal), Rui Gonçalves (KPMG), Pedro Machado (Grupo Ageas Portugal), Marco Espinheira (Nova SBE), entre outros. Ao longo dos programas, foram abordados desafios, oportunidades e tendências tecnológicas que moldam o presente e influenciarão o futuro.

IA e Big Data: a principal chave para a transformação digital

Considerada por muitos especialistas como a tecnologia mais disruptiva do século XXI, a inteligência artificial (IA) acompanhou vários dos nossos minutos.

No campo da educação, a IA proporciona personalização e eficiência. Pedro Pinto Lourenço, Diretor Executivo na Microsoft, destacou como os aceleradores de aprendizagem do Microsoft Teams permitem que os professores tenham um acompanhamento mais detalhado dos alunos, proporcionando um ensino adaptado às suas necessidades.

Neste cenário, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), 8% das empresas portuguesas já usam IA. Para Rui Pedro Saraiva, Chief Technology Officer (CTO) nos CTT, a inovação permite a automatização de tarefas repetitivas, a melhoria na eficiência e análises de dados mais aprofundadas.

Uma transição equilibrada é crucial para a maturação tecnológica das empresas. Para Pedro Dias, Sócio de Advisory na KPMG Portugal, pode ser possível ,a partir do incentivo a uma IA explicável, baseada em transparência do aprendizado de máquina. Tendo em vista que as respostas são baseadas em cálculos complexos, a IA explicável procura garantir que as decisões tecnológicas sejam justificadas de forma clara. Um exemplo é a plataforma Watson.governance, que permite monitorizar modelos de inteligência artificial generativa.

Entretanto, mesmo que 79% dos executivos acreditam que a ética da IA é importante para as suas estratégias, menos de 25% conseguiram operacionalizar princípios comuns de ética da IA, afirma o IBM Institute for Business Value. Esse ponto foi destacado por Luis Barreto Xavier, consultor na Abreu Advogados.

Para Xavier, embora as empresas portuguesas reconheçam o impacto do tema a longo prazo, a operacionalização precisa ser mais precisa. Para isso, o Centro para a Inteligência Artificial Responsável está a congregar entidades públicas e empresas voltadas a uma implementação ética da IA.

Proteção de Dados e Economia Digital na saúde e em setores-chave portugueses

Na saúde, as healthtechs portuguesas também têm desenvolvido soluções digitais baseadas em dados e aprendizado das máquinas. O foco é otimizar a saúde com telemedicina, monitorização remota de pacientes e gestão de dados médicos. António Martins, Diretor Executivo na Startup Portugal, abordou o crescimento das healthtechs no país, que já representam 11% do capital levantado no ecossistema de startups.

Martins evidenciou a existência de instituições portuguesas que atuam com financiamento coletivo, algo que representa uma alternativa para o desenvolvimento de startups e PMEs (Pequenas e Médias Empresas) no país. Desta forma, iniciativas emergentes encontram uma maneira viável de aplicar soluções como telemedicina, dispositivos de monitorização e sistemas de gestão de dados médicos.

No macrocenário econômico, Portugal alcançou a 4.ª posição em volume de negócios das PME através do comércio eletrónico. Atualmente, o país é reconhecido como o 7.º melhor ecossistema da Europa para a criação e desenvolvimento de startups. (nota do Guto: eu tiraria esse paragrafo. Até muito pouco tempo, Portugal era o país com mais startups do mundo. O Porto, em específico, era a cidade com mais no mundo. Era um motivo de “orgulho” para o país e acho que talvez não seja de bom tom relembrar o leitor português que perdeu esse lugar)

Apesar de Portugal registar mais do dobro de casos de utilização de Inteligência Artificia, face aos restantes países da União Europeia, apenas 11% das empresas recorrem à cloud e apenas 29% fazem uso de tecnologias de Big Data.

Para mudar o cenário, Rui Gonçalves, Partner de Technology Consulting na KPMG Portugal, destacou o trabalho da incubadora FinTech House, cujo ecossistema conta com aproximadamente 100 empresas. Através desta iniciativa, desenvolvida em parceria com a KPMG, as startups podem ter acesso a investimentos e modelos emergentes de negócios digitais.

Isso não diminui a atenção à proteção dos dados – pelo contrário, a governança informacional é parte do progresso atual. Neste sentido, Pedro Machado, Country Senior Director e Data Protection Officer (DPO) no Grupo Ageas Portugal, enfatizou o papel da Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), da União Europeia.

Machado destacou, ainda, as adaptações da RGPD feitas pelo governo português, como a idade mínima de 13 anos para consentir na recepção direta de serviços da sociedade da informação. Outra mudança é a distinção entre contraordenações graves e muito graves. Nesse último caso, as multas podem chegar até 20 milhões de euros ou 4% do volume de negócios anual.

Infraestruturas conectadas e sustentáveis: pilares para uma governança global

A sustentabilidade foi uma pauta central para o Minuto MIT Technology Review. No âmbito das infraestruturas urbanas, as cidades portuguesas estão cada vez mais conectadas e sustentáveis. Marco Espinheira, Diretor Executivo de Fundraising na Nova SBE, apresentou casos como o município de Cascais, que investiu 15 milhões de euros em redes inteligentes.

Outra zona de atuação é liderada pelo poder público: o Governo português disponibilizou um orçamento de 300 milhões de euros até 2030 para a Estratégia

Nacional de Smart Cities, com o objetivo de modernizar a gestão de energia e serviços urbanos. Isso conecta-se ao aumento da infraestrutura para carros elétricos, que viu o seu inventário de pontos de carregamento aumentar para 5.000 no ano passado.

Com especialistas de diversas áreas e um olhar atento às tendências tecnológicas e sustentáveis, os episódios do Minuto MIT Technology Review mostram que a revolução digital já é uma realidade – e o futuro, enquanto dado tecnológico, está a um bit de distância.

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